Candomblé e Orixas

Este blog foi desenvolvido, para um melhor entendimento sobre o Candomblé e os Orixás

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Conhecendo os Orixás

                                                                          Oxossi
Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.
Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na umbanda, e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.
Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto "o caçador de uma flecha só".
Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira.
No Brasil, Ibualama, Inlè ou Erinlè é uma qualidade de Oxóssi, marido de Oxum Ipondá e pai de Logunedé. Como os demais Oxóssis é caçador, rei de Ketu e usa ofá (arco e flecha), mas se veste de couro, com chapéu e chicote.
Um Oxóssi azul, Otin, usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come toda espécie de caça, mas gosta muito de búfalo.
Oxóssi é a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.
Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão-de-cada dia, a alimentação da tribo costumeiramente cabe aos caçadores.
Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.

Arquétipo

As pessoas consideradas filhas de Oxóssi são alegres, expansivas, preferem agir a noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido. Sabem lutar e alcançar o que almejam, como que lançando uma flecha e acertando o alvo. Sabem dominar mas quando raivosos, ferem as pessoas com palavras e atitudes, como se fosse dada uma flechada. Quando amam, são zelosos e fieis, não toleram ser enganados. São muito trabalhadores e honestos.

Qualidade de Oxóssi

  • Òdé
  • Otin
  • Òdéarólé
  • Akeran
  • Ajayipapo
  • Danadana
  • Apáòka
  • Inlè
  • Irinlè
  • Ibualama
  • Isambu
  • Karele
Sete folhas mais usadas para Oxóssi

Sincretismo

No Rio de Janeiro e em São Paulo, é sincretizado com São Sebastião.
Em Salvador, no dia de Corpus Christi é realizada uma missa, chamada de Missa de Oxossi com a participação das Iyalorixás do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho da Federação.
Cuba
Oxossi (ou Odé ) é um Orixá da Santeria cubana. Representa o caçador infalível.
Odé é uma das deidades da religião yorùbá. Na santería sincretizado com São Alberto Magno e São Norberto, particularmente, em Santiago de Cuba, é "Santiago Arcanjo".
Resumo
Odé é o Orixá caçador e protetor dos que têm problemas com a justiça.
O Orisha
É considerado mago ou bruxo. Faz parte dos Orishas guerreiros. Suas cores são o azul e o coral.
Familia
Filho de Obbatala e Yembó. Irmão de Shango, Oggun, Eleggua. Esposo de Oshun com quem teve o filho Logun Ede.
Oferendas e danças
                                                                                           Ogum
Ogum (Ògún) é o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protector do ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.
Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra pelo seu carácter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum.
Entre os muitos Estados conquistados por Ogum estava a cidade de Iré, da qual se tornou senhor após matar o rei e substituí-lo pelo seu, próprio filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré.
Não é por acaso, portanto, que nas orações dedicadas a Ogum o medo fica tão evidente e a piedade é um pedido constante, pois como diz uma das suas cantigas:

Ògún pá lélé pá
Ògún pá ojaré
Ògún pá, ejé pá
Akoró ojaré.
Ogum mata com violência
Ogum mata com razão
Ogum mata e destrói completamente.

Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo em África e no Brasil. A sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
Em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome de muita gente, por isso antes de ser temido Ogum é amado.
Espada! Eis o braço de Ogum.
Características dos filhos de Ogum
Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidas. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram a dos seus camaradas.
Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois possuem dificuldade de se fixar a uma pessoa ou lugar.
São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir os seus objectivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem.
Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas nem sempre.
Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.  
                              Exú



 

Mensageiro dos homens aos orixás. Elemento dinâmico, caminha entre o céu ( orum ) e a terra ( aiyê ), sempre levando mensagens dos filhos aos orixás. Exú é único, e como único tem o poder de transformar tudo a sua volta. Erradamente sincretizado com o Diabo católico, Exú está a frente da evolução do mundo, participando de tudo ao seu redor. Todo ser humano possui seu Exú individual, como tem seu Orixá. Exú é responsável pela comunicação, pela evolução, pois está associado  a atividade sexual, que assegura  a continuidade da espécie humana. Como é ligado a evolução, também é ligado ao destino das pessoas, e com isso pode circular livremente entre todos os elementos da terra. Ele também representa o feminino e o masculino. Exú , pôr ser o senhor dos caminhos, pela responsabilidade que ele tem, é o primeiro a ser cultuado em qualquer ritual. Somente ele tem o poder de abrir ou fechar os caminhos, conforme for tratado. Tanto pode trazer coisas boas, como má, pelo fato de estar sempre no caminho. A presença de Exú é necessária, pois somente ele transporta as oferendas e somente ele pode fazer aceita- las ou não. Se não agraciado no início de qualquer ritual, pode haver um desequilibro, o que faria que ele fechasse os caminhos e liberasse forças negativas para castigar quem não o tratou direito, pois ele pode punir ou proteger.Exú foi erradamente sincretizado com o Diabo, devido a estes fatos, fazendo dele o símbolo de tudo que é maldade, ódio, etc. Mas bem tratado, ele somente semeia o bem, fertilidade, saúde, harmonia. Pode até ser enviado, para pessoas que fazem o mal, que prejudicam o equilibrio da Terra, ou aquelas que causam ressentimento. Seu local consagrado para adoração é a encruzilhada (orita), aonde todos os caminhos se cruzam, para poder observar e a partir daí, controlar todos os caminhos.
Local consagrado- ao ar livre, no interior de um local isolado, à esquerda cos caminhos, na encruzilhada, ou ainda atrás da porta de entrada da casa.
Simbolismo- Tridente de ferro, ou pôr imagens esculpidas em ferros.
Dia consagrado- Segundas feiras, para assegurar equilíbrio nos caminhos durante a semana, e pelo fato de ele Ter que ser o primeiro a ser cultuado.
Fetiche- Itá, que é uma pedra de minério de ferro.
Domínio- Qualquer lugar do planeta, qualquer elemento do mundo.
Cores- Vermelho, preto, ou o vermelho e preto associado. Preto representa o símbolo das trevas e das sombras em que se encontram os pedintes, e é o axé masculino.
O vermelho é o símbolo das lutas, das batalhas, axé feminino.
Contas-  pretas e vermelhas, colares de búzios, olho de cabra.
Indumentária- nas cores vermelha e preta, carregando cabaças e tridente de ferro. Dizem que nas cabaças ele carrega os pós mágicos que são utilizados para proteger, transformar, ou alterar as coisas para as pessoas ou o mundo, dependendo de como ele foi tratado Capacete, metade preto e metade vermelho, enfeitado com búzios, dois barajás de búzios, braceletes, 1 cajado enfeitado com guizo e búzios, pequeno
Saudação- Laroiê,  Cobá exú, exú axuxú lonam.
Locais de agrado- encruzilhadas, quartos, frente de casa, campo, cemitérios, etc.
Flores- vermelhas, de preferência cravos e rosas.
Bebidas- pinga, champanhe, moscatel, uísque, anis, conhaques, licores.
Frutas- pôr ser o senhor de todos os caminhos e responsável pelo equilibrio no mundo, pode ser agraciado com todas as espécies de frutas, mas as favoritas dele são: limão, descascado e cortado em cruz, cana, descascada e cortada em rodelas, gabiroba, jaca, manga e goiaba vermelha.
Oferendas- cabrito, galo com esporas, pato, galinha de angola, pombo.
Denominação- Elegbara. Como todo ser humano tem seu próprio exú, cabe ao zelador de santo buscar a denominação do exú individual do filho. Alguns exemplos: bara, tiriri, marabô, Ina, lalu, calunga, veludo, etc.
Apetrechos- Urubu, coruja, cobra, lagartixa, pregos, alfinetes, caranguejo, escorpião, aço, ferro, ouro, prata, terra de encruzilhada.
Agrados- Como Exú é o responsável pôr toda e qualquer oferenda, ele carrega elementos associados a todo tipo de axé, tanto feminino como masculino, tanto branco, preto ou vermelho, porém algumas oferendas são importantes elo de ligação para agraciar exú.
1-   Padê- A mais importante das oferendas a Exú, pois é através dele que é feita a comunicação com Exú. São elementos necessários para o padê:
1.a- Farinha de mandioca crua e grossa ( Efum ) a farinha de mandioca, é proveniente da terra, é um símbolo de fertilidade e de grandeza, pôr ser um alimento abundante, e que pode ser plantado em qualquer local, sempre crescendo e alimentando. Através da trituração dos tubérculos e dos grãos, obtêm-se a farinha. Ela representa a própria terra, e com isso, assegura a sobrevivência das espécies.
1.b- Água ( Omim ), símbolo da purificação,  limpeza, vida. Nenhum elemento pode sobreviver sem ela, pôr este motivo, nenhuma oferenda pode ser feita sem ela. A água é vida, é continuidade, é fertilidade.
1.c-  Azeite de dendê ( Epô), representa o vermelho da terra, a quentura dos corpos e dos elementos. Está associado a realização.
O dendezeiro ‘e uma palmeira oleaginosa, originária da Guiné, na África que cientificamente é conhecida pôr Alaesis Guineensis. No Brasil é conhecida pôr IGI OPE. Igi significa árvore e Ope, ou xapati, ou Gbogbo, ou simplesmente epô, significa dendê. O fruto do dendezeiro ou Igi Ope tem a aparência do coquinho conhecido por baba de boi. O fruto do dendezeiro tem a cor marrom avermelhada e chama-se IKIN. Eles nascem juntos uns dos outros, em cachos que saem ao redor do caule, produzindo quinhentos frutos. Desses frutos são extraídos duas espécie de óleo de dendê, ou Epô, seu nome nagô. O óleo de dendê extraído da polpa externa do fruto chama-se óleo de palma, que é um óleo muito forte, turvo, de cor avermelhada, cujo nome nagô é EPO PUPA ou EKURO, já o óleo tirado da parte de dentro tem o nome de ADIN, pois é mais leve e tem a cor clara ou amarelada. Este óleo jamais deve ser empregado em rituais de Exú. O epô é usado em todos os rituais, menos nos de Oxalá. Ele também é usado para curar feridas ou erisipelas. Ainda da árvore de dendê é aproveitado o palmito para comer, as folhas servem para cobrir casas, a seiva do caule é usada para a elaboração do vinho de palma, EMUN, o vinho de Oxalá, usado nos assentamentos. Epo Pupa pode ser usado nos temperos, o óleo pode ser usado para fazer sabão, o sabão da costa ou OXE DUDU, o óleo ainda pode ser usado para fazer margarina. Com a palha podem ser feitos cestos e balaios. E, ainda com os frutos de dendê, são feitos os OPELEIFA, usados em adivinhações. E finalmente, as folhas mais novas, MARIÔ, que evitam a influência de Egum.
1.d- Bebida destilada ( OTIM )- proveniente da fermentação da cana de açúcar, elemento de fartura. Produz alegrias e relaxamento.
1.e- Mel  ( OIM ), que é uma substância doce, produzida pelas abelhas, que pôr sua vez, o produz através do néctar das flores. Simboliza pureza, doçura, fartura, e trabalho.
2-   Acaçá- massa feita com farinha de milho amarela ou branca, enrolados em folhas de bananeira ( ewe eko ) de grande importância para os rituais, pelos vários elementos que ele representa. Não se prepara nenhuma oferenda sem a presença do acaçá
3-   Eram paterê-  oferenda feita com miúdos de boi, coração, bofe, rins, carne de peito, fígado, bucho, passados no azeite de dendê e colocados sobre uma folha de bananeira dentro de um oberó ( vasilha de barro)
4-   Mi-ami-ami- farofa amarela, feita com azeite de dendê e farinha de mandioca, sem colocar no fogo.
5-   Farofa de exú- farofa feita com farinha de mandioca e azeite de dendê, feita no fogo. Pode-se acrescentar toucinho, carne seca dessalgada, bacalhau ou camarão, etc. Depois de pronta, enfeita-se com pimenta .Existem várias espécies de pimenta. A mais usada nos rituais é a pimenta da costa, ou Atarê, de origem africana, a pimenta malagueta, de origem brasileira, a pimenta do reino, pimenta preta, pimenta da índia, de origem oriental, pimenta de macaco, pimenta rosa, etc. Simboliza o fogo, aonde toda energia
negativa é queimada.
Ervas e plantas- açucena rajada, amoreira, araçá do campo, aroeira, arrebenta-cavalo, figueira do diabo, azevinho, erva-do-tinhoso ou bardana, beldroega, cana de açúcar, malvarisco ou chapéu de turco, cebola do mato ou mangue-cebola, fedegoso, fogo do inferno, em cujas raízes pode-se deitar oferendas a exú, figo-benjamim, folha da fortuna, hortela-pimenta, maminha de porca, mamona-carrapateira, mangueira, pau dalho, picão, picão de praia vassourinha de relógio, Maria pretinha, amendoeira, arruda, urtiga, obí, orobô, bananeira, mata-cabra, pinhão branco...
 

  Oxala


OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.
Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.
A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.
Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.
A maior interdição de Oxalá é de facto o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objectos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.
O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A acção de cobrir não evoca somente protecção, zelo, denota a actividade masculina no acto sexual.
No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu.
Características do filho de Oxalufã
O tipo físico de OXALUFÃ é frágil, delicado, friorento, sujeito-a resfriados. Compensa sua debilidade física com grande força moral, e seu alvo à realizar a condição humana no que tem de mais nobre. É fiel no amor e na amizade. Oxalufã é o poente.
Características do filho de Oxaguiã
O tipo OXAGUIÃ é um jovem guerreiro combativo. É habitualmente alto e robusto, mas não é agressivo nem brutal. Não despreza o sexo e cultiva o amor livre. É alegre, gosta profundamente da vida, é falador e brincalhão. Ao mesmo tempo é idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos. Orgulhoso, sedento de feitos gloriosos, às vezes, uma espécie de D. Quixote. Os seus pensamentos originais geralmente antecipam os da sua época. Ele é o nascente.
Dia: Sexta-feira
Cor: Branco leitoso.
Simbolo: Opáxoró
Elementos: Atmosfera e Céu
Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte
Saudação: Epa Bàbá

XANGÔ 
Xangô, Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.
Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

África

Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.
Shango, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.
  • Sacerdote de Sango - Magba
  • Sacerdotisa de Sango - Iya Magba
  • Atabaque de Sango - Ilu bata
  • Toque favorito - Alujá
  • Fruto favorito - Orogbo
  • Bichos - Akunko, Agutan, Ajapá
  • Comida - Amalá
Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

 Xangô criador de Culto a Egungun

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:
"Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun. Xangô , Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais."
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, o Sol, os Raios,
as Tempestades e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempestades, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relação com os Egunguns mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô.Reza a lenda que Ayra era muito próximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xango percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xangô então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Ayrá, percebendo ali a sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô que nao suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando relações com ele, desde então eles jamais devem ser cultuados juntos ou mantidos na mesma casa.

As Qualidades de Xangô

As qualidades de Xangô são estas:
  • Afonjá - Afonjá, o Balé (governante)da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traíu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
  • Obá Kosso - Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Título dado também a Aganju, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oió foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
  • Obá Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.
  • Obá Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida , adentrando na terra.
  • Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
  • Obá Aganjù - Aganju representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
  • Obá Orungã - Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra. Ver mais abaixo.
  • Obá Ogodô - Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
  • Jakutà ou Djakutà - Jakutá, é a representação da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô.
  • Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em sua forma humana.
  • Olookê - Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.

Elementos do culto

  • Saudação: Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixas são reverenciados;
  • Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha religiosa;
  • Dia da Semana: Quarta-Feira;
  • Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
  • Elemento Livro: os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;
  • Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
  • Pedra: Meteorito;
  • Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
  • Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
  • Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.
  • Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.

Cuba

Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com S.António
Resumo
Changó é um dos mais populares Orishas do panteão Yoruba. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em Orisha.
Orisha da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paxão, a inteligência e as riquezas
O Orisha
Changó é chamado Yakutá (o lançador de pedras) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.
Família
Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembó ou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Yemaya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi
Oferendas
As oferendas a Changó incluem amalá, feito a base de farinha de milho, leite e quimbombó (quiabo), bananas verdes, banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste, etc. Imola-se carneiros, galos, codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas, etc
Pataki (Itan) de Changó
Furioso com os seus descendentes ao saber que Oggún havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Changó, Elegguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Elegguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo día Obatalá caiu enfermo. Elegguá buscou rápido a Changó para que o curasse. Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Elegguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Changó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação. Desde então Orunmila diz: “Maferefum (benção) Elegguá, maferefum Changó, Elegbara”. Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orunmila leva na soldadura um fragmento do colar de Changó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.
TEMPO

O tempo é tão importante que ele é um Orixá (e os africanos a muito sabem disso), tem um dito que diz O TEMPO DA, O TEMPO TIRA, O TEMPO PASSA E A FOLHA VIRA, muitas vezes precisamos que o tempo nos seja favorável, e outras não, quero dizer, precisamos de tempo curto e longo, com o bom uso do Tempo, muitas coisas se modificam, ou podemos modificar.

Em geral na frente das grandes casas de candomblé, principalmente em Salvador, existe uma grande árvore com raízes que saem do chão, e são envoltas com um grande alá( pano branco), este é um IROKO, que é fundamental necessidade a sua existência numa casa de candomblé.

Conhecido também como LOKO, e no Brasil como Orixá da Gameleira Branca, onde é feito seu ritual e suas oferendas, esta árvore foi trazida pelos africanos, mas pela sua existência com certa facilidade em regiões litorâneas, é possível que já existisse no Brasil.
Este Orixá não tem qualidades, é conhecido na angola como maianga ou maiongá.

Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Odudua) aos homens. Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.
Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Odudua, a Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da vida.

É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverencia-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo", embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida, foi Iroco. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.

Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram Iroko e pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança, pois ela amava muito o filhinho.

Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou. Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse a criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko, repousando deitado em seus galhos.

Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da floresta.
OXUMARÉ
DIA: Terça-feira
CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris
SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.
ELEMENTOS: Céu e terra
DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.
SAUDAÇÃO: A Run Boboi!!!

Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo.
Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.
Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.

Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino.
Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.
Omulú é o irmão mais velho de Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de chagas. Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse acto, já que era um costume, quase uma obrigação ritual da época, que se abandonassem as crianças nascidas com alguma deformidade. O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto dela. Ele viveria no alto, percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré.
Oxumaré que fica no céu
Controla a chuva que cai sobre a terra.
Chega à floresta e respira como o vento.
Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.

Características dos filhos de Oxumaré
São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro, para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes.
São magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas ‘não enxergam’. São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar suas riquezas; São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
Extremamente activas e ágeis, estão sempre em movimento e acção, não podem parar.

São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objectivos e não medem sacrifícios para alcançá-los. A dualidade do orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo a outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Grande Deus do Movimento.
OSSÃE 


Assim como Oxossi, Ossãe está ligado às florestas. Sua atribuições, porém diferem das de Oxossi, cabendo a Ossãe cuidar das ervas medicinais e sagradas, e por correlação de todo e qualquer conhecimento técnico mais profundo. Transmite a seus iniciados um grande equilíbrio nas decisões e certo distanciamento quanto aos amigos, além de notável eficiência ao trabalho.
Ossãe zela pela saúde e religião, sendo a sua presença indispensável para realização de qualquer festa ou cerimônia, quer sendo invocado por rezas, quer incorporado num filho, já que seu conhecimento sobre as ervas, bem como sua utilização e, fator de igual importância, as palavras ritualísticas necessárias para o emprego das plantas (folhas), são seu domínio. Essas palavras mágicas são necessárias para que o axé (poder potencial das plantas) seja externado, produzindo os efeitos necessários para o sucesso dos rituais. Todo esse conhecimento representa o segredo de Ossãe que é só revelado aos iniciados em circunstâncias especiais pelo próprio Orixá.
Cada Orixá, segundo as lendas, tem suas ervas e folhas particulares, circunscritas a seu campo espeçífico de ação, mas tal poder é restrito perto do controle praticamente total que Ossãe tem sobre esse tipo de conhecimento.
As atividades de Ossãe são cercadas de cuidados quase ritualísticos. Para que um iniciado possa recolher as ervas necessárias ao culto a ser realizado, deve-se abster de qualquer bebida alcoólica e de relações sexuais na noite que precede a colheita. As folhas devem ser colhidas na floresta virgem, sempre que possível. Antes de penetrar na mata, o iniciado deve pedir liçenca a Oxossi e a ossãe, para isso acender vela na entrada, com o cuidado de limpar a área onde ficarão as velas.
Ossãe tem uma aura de mistério em torno de si, da mesma forma que a sua especialidade, apesar de muito importante, não fazer parte das atividades cotidianas como a luta, a conquista, a comunicação ou a caça. Constituindo-se mais uma técnica, um ramo de conhecimento que é empregado quando necessário, a cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluayê (Omulu).
Orixá de sexo masculino, que em muitas histórias é apresentado como uma figura de uma perna só, confundindo-se com "Aroni" um anãozinho, que assim como o nosso Saci-Pererê, tem sempre na boca um cachimbo.
Os filhos de Ossãe são pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções. Daquelas que não permitem que suas simpatias e antipatias intervenham nas suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. Além disso são reservados, raramente intervindo em questões que não lhe digam respeito, não sendo necessariamente introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Uma certa aura de mistério sobre o passado, pode estar presente mesmo quando este passado não tem mais nada a esconder.
Orixá cultuado em Candomblé, com rara aparição na Umbanda.
Saudação: "Eu Eu Ossae"
Sincretismo: São Benedito - 6 de janeiro
Cores:  verde e branca
Dia da Semana: 5ª. feira

sábado, 3 de setembro de 2011

Palavras na lingua Iorubá


>Á – nós.
>ÀÀBÒ – metade.
>ÀÀFIN - palácio, residência de um rei (Oba).
>ÀÁKÉ – machado.
>ÀÀRÈ - doença, fadiga,cansaço.
>ÀÀYÈ – vida.
>ABA - escada de mão.
>ABADÔ-comida do clã.- Milho torrado.
>ABADÁ - blusão usado pelos homens,veste branca ou de cor de mangas largas, usada pelo Yorubás.
>ABADÔ - parte da vestimenta da Orixá Oxum.
>ABALÁ - comida muito semelhante ao acarajé.
>ABALÔ - nome dado a Oxum quando brinca com o leque.
>ABAMI – notável.
>ABÁNIGBÈRO - conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho.
>ABANIJÉ – difamador.
>ABAÔ - quer dizer um iniciando do sexo masculino, desenvolvendo-se mediunicamente no terreiro de Umbanda.
>ABARÁ - bolinho preparado com feijão fradinho ,temperado com camarão.
>ABASSA - salão onde se realizam as cerimônias públicas do camdomblé, barracão.
>ABAYA - rainha mãe.
>ABATÁ - sapato ou qualquer tipo de calçado.
>ABÊ - tida como irmã gêmea de Badé, vodum feminino cultuado no Maranhão.
>ABÉLÀ – vela.
>ABEBÊ - espelho usado por Oxum e Iemanjá.
>ABEBÉ – leque.
>ABEDÊ – é o leque de Oxum, quando feito de latão.
>ABELÊ - leque usado por Oxum.
>ABERÉM -bolo de milho,envolto em folha de bananeira.
>ABIÃ - pessoa que está nascendo para o culto.
>ABIKÚ - uma criança que morre logo após o parto para atormentar os pais, nascendo e renascendo indeterminadamente.
>ABIODUN – título de um dos Obás de Xangô.
>ABÔ - banho de proteção feito de ervas litúrgicas para o culto, concedido ao iniciado.
>ABO – adorador.
>ÁBÒ - meio, metade, chegar.
>ABÔ dos AXÉS - água contendo ervas maceradas, não cozidas, e sangue de animas sacrificados no terreiro de Candomblé. (na Umbanda não se utiliza sangue nos rituais).
>ABOMALÈ - aquele que cultua os ancestrais (egúngún)
>ABOMI - Um dos nomes atribuídos a Oxum e a Xangô, em cultos ligados a água. Abomi quer dizer ao Orixá: aceite água.
>ABÒRISÀ - aquele que cultua/adora os orixás
>ABOTO -OXUM velha.
>ABOYÚN - mulher grávida.
>ABRIR A GIRA - significa o início ou abertura dos trabalhos nos terreiros de Umbanda.
>ABRIR OS CAMINHOS - retirar os entraves energéticos e espirituais que estejam impedindo o fluxo natural da vida da pessoa.
>ABROQUE - É um manto usando somente pelas mulheres durante uma sessão.
>ABUKU – desgraça.
>ABURO - irmão mais moço.
>ACAÇÁ-mingau grosso feito de cangica triturada,que é oferecida a todos os orixás ,também pode ser feita com farinha de mandioca ou de milho,sal,água e azeite-de-dendê. Recebe esse nome somente quando enrolada em folha de bananeira..
>ACARÁ - bolo feito com feijão fradinho , pimenta e frito no azeite-de-dendê.
>ACARAJÉ - comida ritual da Orixá Oyá-Iansã. Na África é chamado de ÀKÀRÀ, enquanto JE significa comer. No Brasil foram unidas as duas palavras acaraje.
>ACARAJÉ BRANCO - é o acarajé frito no azeite doce ou no óleo de soja,de girassol ou de arroz.
>ACENDE CANDEIA - planta muito utilizada para banhos conhecida também como Candeia-Mucerengue.
>ACASSÁ DE FUBÁ - fubá de milho , sal ,água e azeite-de-dendê.
>ACÓLICO - é o coroinha que ajuda a celebração .
>ACOUÉ – secretário.
>ADÁGÚN - lago , charco.
>ADARRUM - toque rápido dos atabaques e contínuo dos atabaques para chamar os Orixás nas cabeças dos filhos de santo; para forçar os deuses a descer.

>ADE - homem com trejeitos femininos, homem afeminado.
>ADÉ – coroa.
>ADÈBO - pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de acordo com as regras religiosas.
>ADEJÁ (ADJÁ) - é uma campainha (sino) usada nas cerimônias de terreiro. Sino de alumínio ou cobre de três bocas.
>ADÈRÙBANI – medroso.
>ADIE – galinha.
>ADIMU – oferenda.
>ADJÁ - sino de alumínio ou cobre de três bocas.
>ADOÇAR - acalmar uma pessoa,torna-la dócil.
>ADO - comida ritual feita de milho vermelho torrado e moído em moinho e temperado com azeite de dendê e mel, é oferecido principalmente à Orixá Oxum.feita com fuba de milho ,mel e azeite- de-dendê.
>ADÔ – cabaça
>ADOBALÉ - nome dado ao ato de deitar-se no chão para ser abençoado pelo Orixá.
>ADOÇAR >acalmar uma pessoa,torna-la dócil.
>ADOXU - estado em que o iniciado já pode incorporar o orixá.
>ADUM - iguaria doce de Oxum feita com milho torrado e moído, com um pouco de azeite-de-dendê e mel de abelhas.
>ÁDÚN – mel.
>A DÚPÉ - agradecemos a você.
>ADUPÊ - bode.
>AFARÁ - OYIN - fovo de mel.
>AFÉSONA – noiva.
>AFEJEWE - início da raspagem do iaô.
>ÀFIN – palácio.
>AFIRIKA – África.
>AFOMAN - um dos nomes do Orixá Omulu, em Candomblés baianos. Deriva de Áfomó: contagioso, infeccioso.
>ÀFOMÓ - doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã).
>AFONJA - é uma qualidade de Xangô.
>AFOXÉ - é um instrumento musical composto de uma cabaça pequena redonda, recoberta com uma rede de bolinhas de plástico parecido com o Xequerê sendo que o afoxé é menor.
>AFOXÉ - é um ritmo do Candomblé.
>AFURÁ - bolo feito com arroz e açúcar.
>AFOXÉ - também chamado de Candomblé de rua - é um cortejo de rua que sai durante o carnaval de Salvador, Bahia.
>ÀGÀN - mulher estéril.
>AGBÁ – barril.
>AGBÁDÁ - vestes sacerdotais.
>AGBADO – milho.
>ÀGBÀDO - milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará).
>ÀGBAIYÉ - o mundo inteiro.
>AGBALA - roupa de egun , ornamentada de espelhos, cauris , guizos ,e contas feito de acordo com o orixá do falecido.
>AGBARA - força física.
>AGBO - líquido composto de sangue e ervas masceradas.
>AGBÔ – Carneiro.
>ÀGBON – coco.
>AGBOWÓ – cobrador.
>AGÉRÉ -tambor de caçador.
>AGINJÚ – deserto.
>AGLASIS - é o exu do Cheiro, um exu independente mas subordinado direto a Omulu e a exu caveira. Apresenta-se este exu na forma de uma criatura humana, coberta por uma de energia fluídica com forte cheiro.
>AGÔ – significa pedir licença ou permissão, em outros momentos em que este termo traduz perdão e proteção pelo que se está fazendo.
>AGONJÚ (AGANJU) - um dos doze nomes de Xangô conhecidos no Brasil.
>AGODÔ - umas das qualidades de Xangô no Brasil.
>AGOGÔ - é um instrumento musical de metal usado no candomblé. O nome vem de akokô, palavra nagô que significa "relógio" ou "tempo", assim como um som extraído de um instrumento metálico.Compõe-se de dois pedaços de ferro, um menor que outro, ou dois cones ocos e sem base, de tamanhos diferentes, de folhas de flandres, ligados entre si pelos vértices.
>AGOGO – relógio.
>ÁGUAS DE OXALÁ - cerimônia de purificação do terreiro. Esta Cerimônia marca o início do ciclo de festas litúrgicas nos Candomblés de origem Yorubá e Jeje no Brasil.
>AGUÉ - nome de um vodum Jeje, que corresponde ao orixá Ossain.
>AGUERÊ - dança de Iansã.

>AGUERÉ – toque cadenciado com 2 variações: uma para Oyá, outro para Oxóssi. É conhecido como “quebra-pratos”.
>AGUIDAVi - são varetas utilizadas para a percussão dos atabaques no candomblé. São confeccionadas com pequenos galhos das árvores sagradas do candomblé. Seu uso é restrito aos rituais.
>AGUNTAM - Ovelha.
>AGUTAN – carneiro.
>AGUXÓ -sopa de legumes.
>AHÓN – língua.
>AHUN – cágado.
>AIABÁ – rainha.
>AIA - toalha branca para uso em terreiro.
>AIÊ - mundo terreno a terra, o solo, sob o domínio de Obaluaiê.
>ÁIKE – machado.
>AIOCÁ - referente a Iemanjá e ao fundo do mar. Ver AIUKÁ.
>AIRÁ - orixá da familia de ´xangô owó- dinheiro.
>AIRÁ - Xangô velho – Uma das qualidades de Xangô.
>ÀÌSÀN – doença.
>AISUM - Ritual a que o iaô se submete na véspera da cerimônia de iniciação que consiste em jejuar e passar a noite em claro.
>AIUKÁ - fundo do mar. Também se diz os domínios de Iemanjá (Rainha do Aiuká).

>AJA - corpo físico.
>AJÁ- sineta.
>ÀJÁ – cachorro.
>AJABO -comida oferecida ao s orixás para resolver qualquer problema.
>AJAJÓ – jabuti.
>AJAPÁ - cágado, tartaruga. O animal sagrado de Xangô.
>AJÉ – dinheiro.
>Ajés - feiticeiras que se transformam em aves.
>AJÉJÉ- vigília de caçador.
>AJÉ SALUGA - descende de Iemanjá ,conhecido como senhor da riqueza , representado por uma grande concha.
>AJEUM – comida.
>AJÓAKÁ – a jaqueira é a mãe de ODÉ OXÓSSI.É a árvore ao pé da qual o caçador encontrou mel,e ao seu redor formou Ketú.
>AJOIÊ – assessor de Orixás.
>AJORCA - argola usada na perna ou braço.
>AJUCÁ - é a festa da Cabocla Jurema entre os capangueiros. Nessa festa há defumações no terreiro, bebidas e comidas, tudo com a finalidade de duplicar a proteção no terreiro e gerar mais fartura nas casas dos filhos de fé.
>AKÃ - faixa usada para amarrar no peito dos médiuns incorporados.
>AKÁRA - bolo feito de feijão fradinho,massa para o acarajé.
>AKEPALÔ – Sacerdote.
>AKESE - algodoeiro .
>AKESSAN - um dos nomes do Orixá Exú.
>AKIKAtatu .
>AKIRIJGEGBÓ – freqüentador do Candomblé.
>AKIKÓ – galo.
>AKIN - bravo , corajoso.
>AKO – macho.
>AKOKEM - galinha D’angola.
>AKOKO – tempo.
>AKÓNI – professor.
>AKUKÓ - o mesmo que Akikó - Galo.
>ALÁ - Deus para os daomeanos da nação Jeje.
>ÁLÀ - pano branco , sonho.
>ALÁÀBÁL OPÒ – camarada.
>ALÁÁBASÉ – empregado.
>ALÁÀFIN - título tradicional para o rei de Oyó.
>ALÀÁGBÈDE – ferreiro.
>ALABÁ - título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
>ALABEDÉ - caldeirão de ferro.
>ALABÉÊ – tocador de tambores líder no terreiro. Aquele que canta pontos de Candomblé.
>ALADORI - pano amarrado à cabeça.
>ALAFANGE - Objeto semelhante a uma espada.
>ÀLÁFÍÁ - boa sorte.
>ALAFIM - uma das qualidades de Xangô.
>ALAGBÊ - é o Ogan responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados Atabaques. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar no terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens.
>ALAGEMÔ – camaleão.
>ALAKETO - nação do povo Iorubá-Nagô.
>ALÁMÒJÚ – sabedoria.
>ALAPINI - é o Sacerdote Supremo do Culto aos Egungun, o atual Alapini no Brasil é Mestre Didi Axipá, presidente da Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá.
>ALÁRÚ – mensageiro.
>ALARUÊ – briga.
>ALATARE - senhora da pimenta da costa.
>ALDEIA - povoado de índios. Tratando-se de terreiros, esta palavra quer dizer a moradia dos espíritos de caboclos na Aruanda.
>ALEDÁ – porco.
>ALGUIDAR - bacia de barro usada para entregas, ascender velas, deposito de banhos, entrega de comidas e defumação. Vasilha de barro onde se coloca comida votiva.
>ALIBÃ – polícia.
>ALOBAÇA >cebola.
>ALOJÁ - a dança do ritual de Xangô.
>ALOYÁ - senhora Oyá. O mesmo que Iansã ou filho de Oyá.
>ALUBAÇA - Cebola.
>ALUBOSA – Cebola.
>ALUÁ - bebida feita com farinha de milho ou de arroz, fermentada em água com cascas de frutas, gengibre e um pouco açúcar. É servida nos terreiros de Candomblé, principalmente aos caboclos.
>ALUAIÊ - Nação Jeje – Angola.
>ALÚFÁÀ - sacerdote da igreja cristã.
>ALÚFÁÁASO - batina do padre.
>ALUFAM - o mesmo que olufóm, Senhor da cidade de Ifóm, a que mais cultua Oxalá.
>ALUJÁ - ritmo próprio do orixá xangô.
>AMACI - remédio obtido pela maceração de ervas em água , pode ser usado também para limpeza.
>AMACI (AMASSI) - batismo na Umbanda. Líquido preparado com o suco de diversas plantas, não cozidas, e que tem muita aplicação na firmeza de cabeça dos médiuns. O principal banho para a o ritual da "lavagem de cabeça". (ritual equivalente a raspagem de cabeça no Candomblé e ao batismo na Igreja Católica).
>AMACI-NI-ORY - líquido preparado de folhas sagradas, maceradas em água. É destinado a banhar a cabeça dos médiuns. Cerimonia da lavagem (feitura) de cabeça dos médiuns.
>AMALÁ - é comida ritual do Orixá Xangô. É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce.
>AMARRAÇÃO>prender uma pessoa com a outra.
>AMARRADO - enfeitiçado pra que a vida não flua em nenhum aspecto.
>AMBROZÓ - bolo feito de farinha de milho e açúcar.
>AMOBIRIM - mulher que não casou , mulher solteira.
>AMOLOCÔ - Comida de Oxum.
>AMÓN – barro.
>ÁMÓNTÉKUN – leopardo.
>AMORIM - pano virgem.
>AMPARO - chicote de três tiras de couro.
>AMULETO - objeto confeccionado e cruzado para desviar energias negativas.
>ANA - o mesmo que ontem.
>ANAMBURUKÊ - um dos nomes de Nanã Burukê, a mais velha de todos os Orixás.
>ANGOLA - região do sudoeste da África, de onde vieram negros escravos para o Brasil, trazendo vários dialetos de origem Bantu como Kimbundo, Embundo, Kibuko e Kikongo.
>ANGOMBA - é a designação para um segundo atabaque.
>ANGORÔ - na nação Angola, significa qualidade de Oxumarê.
>ANGOROMÉIAOxumarê.
>ANJO DA GUARDA>chama-se assim o que na realidade é o orixá da pessoa,o ori principal.Quando executa-se um axé e não sabe-se qual o orixá use o termo>anjo da guarda<.Acredite que,porém ele não tem olhos azuis,cabelos louro,muito menos asas.
>ANLODO - caminhada ritualística do iniciado.
>AÔBOBOI - saudação do Orixá Oxumarê.
>APÁ – braço.
>APAOKÁ - Orixá da jaqueira, por ser muito cultuado nela.
>ÀPÁRÁ – trovão.
>APARÁ - uma das qualidades da Orixá Oxum, quando se apresenta carregando uma espada.
>APARELHO - médium, cavalo.
>APARO – codorna.
>APEJA – pescador.
>APETE>bolinho feito de massa de batata ou mandioca cozida.
>APOLÓ – sapo.
>ARÁ – relâmpago.
>ARAJÉ - ignorante, nocivo.
>ARAUANÃ - dança ritual africanista para quebrar demandas e trazer alegrias.
>ARCEBISPOS - bispos que ficam a frente de dioceses importante
>ARÉ - culto ao orixá Ogum na Nigéria.
>ARESS - um dos 12 ministros de Xangô.
>ARIÀSÉ - banho de ervas.
>ARIAXÉ - banho ritual com folhas sagradas para os iniciados. Ariaxé também é o nome do local onde são feitos estes banhos.
>ARIDÃ - fruto do qual se origina o Obi.
>ARIMBÁ - pote de barro para guardar o azeite-de-dendê.
>ARIPÓ - panela muito semelhante ao alguidar de barro.
>ARRAN-CEPEVÊ- cerveja branca.
>ARÊ - ruas e encruzilhadas.
>ARRIAR - fazer a entrega no local da vibração específica,ato da entrega de uma oferenda.Ir ao chão.
>ÁRÓ - manhã , cedo.
>ARROBOBÔ - uma das saudações do Orixá Oxumarê.
>ARUANDA - céu, paraíso, nirvana ou firmamento significam a mesma coisa, isto é, a moradia daquele que é Criador de todos os mundos e de todas as coisas. Plano Espiritual Elevado.
>ARUÊ - saudação a Exu (Aruê- Exu ou Laroiê Exu} - termo também usado para espíritos desencarnados.
>ARUN – doença.
>ARUQUERÊ - Objeto de metal usado por Oxóssi.
>ASAKAN - sem tristeza.
>ASINAJU -vanguardeiro -iorubano.
>ASIWAJIN – vanguardeiro.
>ASOSO - bonito, elegante.
>ASSENTADO, ASSENTAMENTO>material iniciaticamente preparado com a energia, ferramentas, símbolos e todos os devidos axés do orixá.
>ASSENTAR - preparar os fundamentos (elementos ) do Orixá ou Exú em um determinado lugar.
>ASSOGBA - Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê. O nome significa "consertador de cabaças", em iorubá.
>ATA- pimenta.
>ATABAQUE - de origem africana, usado em quase todos rituais afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e de outros estilos relacionados e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás. O atabaque maior tem o nome de RUM o segundo tem o nome de RUMPI e o menor tem o nome de LE>ATANLÁ – pimentão.
>ATAREÊ - pimenta- da- costa.
>ATEJÁ – peixeiro.
>ATIN - árvore , madeira,folha.
>AXÉ - Energia vital presente em todos os reinos da natureza, e manipulada magicamente na Umbanda e nos Cultos de Nação, através de rituais e oferendas
>AXÉ DE FACA>permissão para que o adpeto possa sacrificar animais dentro do ritual.Dessa maneira e com destreza que será ensinada e aprimorada não haverá sofrimento para o animal.
>AXEXÊ - cerimônia fúnebre iorubana. Semelhança com a missa de 7º dia católica.
>AXOGUM - nome dado ao encarregado de sacrificar animais quando não é feito pelo chefe do Terreiro. Muito comum nos cultos de candomblé nagô.
>AXOXÔ -comida feita de milho vermelho.
>AXOXÓ - milho cozido sem tempero e com coco.
>AXÓ - roupa.
>AXOGUM - auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa, encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás.
>AZÊ - capuz de palha. Ornamento da roupa de Omulú.
>AZEITE DE DENDÊ - óleo extraído do dendezeiro, indispensável as oferendas à Exú , também usado na comida de diversos Orixás. É usado em algumas oferendas às Pombas Giras.
>AZEITE DOCE>azeite de oliva virgem ou extra-virgem.
>ÁYÀ – peito.
>AYÉ - mundo físico.
>AYÒ - alegria, felicidade.
>AWO - culto, segredo.
>ÀWO – prato.

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